Ele foi sem dúvidas um excelente volante. Revelado nas peladas do Laguinho, Marinho surgiu no extinto América. O clube de Pedro Monteiro tinha um belo time naquele ano e entre os que se destacaram estava aquele marcador implacável.
Não demorou muito para Marinho ser chamado pelo Santana. Porém na Vila Amazonas ele não demorou muito tempo. Em vez de vestir a camisa do São José, destino da maioria dos jogadores do bairro o filho do seu Arin foi para o Guarany.
O bugre sempre foi o segundo clube do coração de todos. Milton Correia era uma espécie de Paulinho Ceará da época, carregando bolas e jogos de camisa para colocar o bugre em campo em quase todas as modalidades disputadas em Macapá.
Fazia muito tempo que o Guarany buscava seu primeiro título. Chegou perto várias vezes, mas esbarrou sempre no poderio de clubes como Macapá e Amapá. Naquele ano de 77, reforçado fora de campo pelos empresários Moacir Coutinho e Alberto Alcolumbre o bugre finalmente botou a mão na taça.
No time estavam jogadores da melhor qualidade. Bolinha, Gil, Valdir, Camorim, Perivaldo e Marinho formavam a espinha dorsal da equipe campeã. No ano seguinte o Guarany foi jogar o Copão em Roraima. Na passagem por Manaus houve um amistoso que eu transmiti ao lado do repórter Milton Barbosa. O Nacional, recheado de jogadores do sul, bateu de frente com o campeão amapaense. O jogo foi um a um.
Bolinha, Valdir e Marinho jogaram o fino da bola. Antes de seguirmos para Boa Vista os dirigentes do Naça manifestaram interesse pelos amapaenses. O bugre não ganhou o Copão devido algumas coisas que aconteceram fora de campo. Porém o Nacional voltou à carga e levou Marinho e Bolinha para Manaus.
Dos dois o volante foi o que se adaptou melhor. Bolinha voltou pra casa enquanto seu parceiro se destacava passando a condição de titular absoluto. Fazendo referência à sua cidade a imprensa da Terra de Ajuricaba passou a chamá-lo de Marinho Macapá
Estive na capital amazonense várias vezes e pude constatar a condição de ídolo que Marinho ostentava. Ele não chegou a ser um virtuose da bola, mas ninguém nunca mostrou tanto espírito de luta. Dizem que aquele preparo físico foi ganho nas idas e vindas ao Curiaú, onde a família tinha uma roça de mandioca.
O futebol passou e esse amapaense adotou o Amazonas como sua segunda casa. Por lá constituiu família, abraçou outras atividades sem se afastar do futebol. Quando os amazonenses lembram grandes nomes fazem referência àquele neguinho serelepe, que saiu do Laguinho para ser um dos melhores jogadores da história do Estado.
Marinho vai estar neste sábado em Santana no jogo beneficente de veteranos na companhia de Josimar, Adilio, Júlio Cesar e outros. Que ele seja bem vindo.
ENTRELINHAS
Bendito Nascimento poderá ser contratado para comandar a preparação física do Trem na Copa do Brasil. Ele trabalharia com Mateus, que esteve à frente do setor durante o campeonato amapaense. A ida de Bené Nascimento vai fortalecer a preparação do rubro-negro para a Copa. ##### Parece que o Goiás vai mesmo estragar a festa de Grêmio ou Botafogo. O time verde ganhou do Independiente por dois a zero e vai jogar em Avellaneda podendo perder pelo mesmo escore. Se isso acontecer a decisão será nos pênaltis. Se der Goiás ele ficará com a última vaga na Libertadores. ##### O ex-lateral Aldo disse-me que Romerito jogava mais que Dario Conca. Na opinião dele Dom Romero era mais completo porque armava e concluía com a mesma competência. O paraguaio foi o grande destaque do Fluminense campeão em 84. ##### Vitor Jaime reclamou do desempenho dos jogadores que ele levou para a seleção do Afuá. Ele disse que alguns só foram escalados por exigência do prefeito Mazinho Salomão. Mesmo assim o time afuaense ficou em segundo lugar perdendo a final para Breves. ##### Lessandro é um dos jogadores que interessam à diretoria do Trem para a Copa do Brasil. Jogador teve convite de clube do interior do Pará. Sua presença no meio campo do rubro-negro é importante. O Trem não pode bobear. ##### Amanhã eu volto
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