Clubes e Ligas reuniram ontem no final da tarde com a diretoria da Federação Amapaense de Futebol para tratar do calendário para a próxima temporada. Como já eram esperadas algumas mudanças foram aprovadas pelos filiados tanto no futebol amador como no profissional.
A decisão mais importante diz respeito ao campeonato amapaense de profissionais. No próximo ano essa competição está marcada para o mês de maio se estendendo até agosto. Nas categorias de base a faixa etária subiu. A partir de 2011 serão disputados os campeonatos Sub-17 e Sub-20. Essa mudança foi aprovada principalmente para adaptar a idade dos jogadores à Copa São Paulo.
O campeonato amador será realizado a partir do mês de agosto porque a FAF não tem pessoal suficiente para trabalhar em várias competições paralelas. O Sub -17 vai permanecer nas preliminares dos jogos do campeonato de profissionais. O último campeonato do ano será o Intermunicipal que está previsto para o período que vai de setembro a novembro.
Ao final da reunião de ontem o presidente em exercício Paulo Rodrigues pediu empenho dos clubes para que não haja mudança no que ficou acertado na reunião de ontem. Rodrigues falou ainda da necessidade de haver planejamento dos clubes para que o ano seja positivo tanto para a FAF como para os filiados.
Deixaram de comparecer à reunião de ontem os representantes de Ypiranga, São José, Santana e Independente.
Humberto, tomara que os dirigentes comecem a pensar mais nos clubes do que em si mesmos, e façam um calendário condizente com a expectativa dos torcedores e da imprensa. Aliás, eu gostaria de falar a respeito de uma entrevista que eu ouvi um dia desses, dada pelo presidente do Oratório. Na entrevista, ele dizia que o Oratório vai contratar uma série de jogadores de fora do Estado pra disputar a Copa São Paulo de juniores. Eu acho essa uma ideia totalmente equivocada pois, para mim, o objetivo principal dessa competição é revelar novos talentos, além de estabelecer um intercâmbio entre as diversas unidades da Federação. O título é apenas a consequência de um grande trabalho feito nas categorias de base. Quem foi o campeão da Copinha no ano passado? E no ano anterior? Acho que é preciso dar uma pesquisada pra dar essa resposta, porque esse é um título que não tem uma grande importância em nível nacional. Além do mais, não é contratando jogadores do interior de Minas, São Paulo, de Belém etc. que o Oratório vai conseguir o título, pois há uma grande disparidade técnica entre os clubes grande do sul e sudeste e das outras regiões. Há uns dois ou três anos atrás um time de Roraima foi jogar a Copa São Paulo com todos os jogadores contratados fora daquele Estado, resultado: perdeu os três jogos. O que precisa ser feito é um trabalho realmente sério com os jogadores de base; criar uma estrutura que propicie, ao longo do ano, condições que permitam a eles nos representar com dignidade. Se isso não é possível, então é melhor não disputar a Copa São Paulo. É melhor tentar criar essa estrutura pra depois voltar a disputa. A melhor campanha que o Amapá já fez na Copinha, se eu não me engano, foi com o Trem; e os jogadores eram locais. Então, não adianta tentar nos enganarmos, contratando jogadores que não representam a nossa identidade e nem a nossa realidade futebolística. Além do que: que estímulo o jogador daqui pode ter, se ele sabe que no final vai perder a vaga pra outro jogador de fora? Acho que já vamos começar o ano com o pensamento errado. A reconstrução do futebol profissional recomeça pela reorganização, pelo investimento nas categorias de base dos jogadores locais e não em jogadores que nós não sabemos nem o nome.
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